Dia do Orgulho Hétero repercute na mídia cristã internacional
Aprovação de projeto não é unanimidade entre cristãos
Carlos Apolinário
Mas além de várias opiniões favoráveis e contrárias na comunidade brasileira, o assunto foi tratado também pela revista norte-americana Charisma. Com edições em inglês e espanhol, a Charisma tradicionalmente alcança milhares de cristãos de tradição pentecostal.
Alguns ministérios cristãos que trabalham com gays acham que este tipo de proposta passa uma mensagem de divisão. Definitivamente não é uma unanimidade entre todos os segmentos evengélicos.
“Eu respeito os gays e sou contra qualquer tipo de agressão feita contra eles”, disse Apolinário justificando seu projeto. ”A criação do Dia do Orgulho Heterossexual não simboliza uma luta contra os gays, mas é contra o que eu acredito serem os excessos e privilégios”, finalizou o vereador evangélico do DEM.
Ironicamente, gays e cristãos parecem concordar que o Dia do Orgulho Hetero é uma ideia ruim. O crescimento de assassinatos de gays nos últimos anos subiu mais de 100% no Brasil. Por isso, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (ABGLT) está preocupada que a proposta de Apolinário possa incitar a violência homofóbica.
Quando soube que ele foi aprovado pela Câmara de São Paulo, ABGLT imediatamente emitiu nota dizendo que era “uma vergonha para a maior cidade do País”, a entidade pediu ao prefeito Gilberto Kassab que vete o projeto, classificando-o como “obscurantista”, “discriminatório” e “excrescência homofóbica”.
Jeff Buchanan é vice-presidente da Exodus International, ministério interdenominacional que auxilia quem luta contra a atração por pessoas do mesmo sexo, Ele já esteve no Brasil e está mais preocupado com a perseguição social que com possíveis atos de violência.
“Isso vai contribuir para a criminalização social da questão no Brasil. Vai separar aqueles que não podem necessariamente ser ativo, militantes, membros da comunidade gay, mas pode estar lutando”, afirma Buchanan. ”Apolinário vai basicamente colocar todos na mesma categoria. Minha preocupação é que os gays vão ser condenados ao ostracismo e, como resultado, poderão ser perseguidos socialmente”.
Buchanan também teme um perigo maior: obstáculos maiores para levar Jesus às almas perdidas. O Dia do Orgulho Heterossexual poderia criar uma divisão ainda maior entre a igreja e a comunidade gay no Brasil. “Não vamos ganhar almas com uma estratégia dessas”, diz Buchanan. ”A igreja só vai fazer a diferença quando realmente estiver disposta a amar e servir a comunidade gay.”
Para ele, uma parada de heterossexuais continuaria sendo apenas um desfile de pecadores. Em vez de homossexualidade, os participantes “orgulhosos” poderiam estar envolvidos em outros pecados como adultério, pornografia ou divórcio sem justificação bíblica. O pastor acredita que não há necessidade desses sentimentos de superioridade baseados apenas na orientação sexual. A questão principal não é a heterossexualidade, diz ele, mas a santidade.
Buchanan afirma conhecer igrejas do Brasil que tratam com os homossexuais de uma maneira bíblica. Isso significa trabalhar sério para atrair a comunidade gay até suas congregações mostrando o amor de Cristo.
”Temos de continuar a preencher a lacuna, para alcançar aqueles na comunidade gay com o amor e o evangelho de Cristo, sem comprometer a verdade”, enfatiza ele.
“É como em qualquer outra área do evangelismo. Você começa com os seus conhecidos, sua esfera de relações pessoais. Logo, você saberá quem desses homens e mulheres tem problemas nessa área. Se eles próprios, seus amigos ou membros da família querem ajuda, você ministra a eles. Você os ama e mostra a graça verdadeira para eles a partir de um relacionamento honesto. É assim que tudo começa”, finaliza.
Fonte: Gospel Prime
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