Marcelo Crivella é criticado por levar pastor em avião da Força Aérea
O Ministro Crivella saiu de Brasília para entregar 13 escavadeiras para municípios do Mato Grosso do Sul e também visitar as obras de um frigorífico de peixe em Dois Irmãos do Buriti.
Porém, depois do desembarque na Base Aérea, a comitiva fugiu da agenda oficial e participou de um café da manhã com pastores e parlamentares evangélicos na sede da Igreja Mundial de Campo Grande.
No evento, políticos locais agradeceram a presença do ministro, que teve um momento de oração com o governador André Puccinelli (PMDB) e os deputados federais e pré-candidatos à prefeitura de Campo Grande Vander Loubet (PT) e Edson Giroto (PMDB).
Em sua fala, Wilton Acosta convocou todos os pastores e os políticos evangélicos a se unirem para defender a fé e os bons costumes na política. Também divulgou uma das ações da Fenasp que deseja fazer uma mobilização contra a legalização do aborto de bebês com anencefalia, assunto que deve ser discutido amanhã no Supremo Tribunal Federal (STF).
Após o café da manhã enquanto o ministro seguiu para sua agenda oficial na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e para entregar as escavadeiras e conhecer o frigorífico. Acosta ficou na igreja e teve uma reunião apenas com parlamentares evangélicos.
A reportagem do site RBV NEWS entrevistou o pastor Wilton, após ele retornar para Brasília no mesmo avião com o ministro. Ele confirmou que pegou carona no vôo da FAB mesmo sem participar de nenhuma agenda oficial com o ministro.
“Fiz uma reunião em Campo Grande com os deputados, vereadores e lideranças para discutir uma estratégia de atuação da Fenasp nas Câmaras e Assembléias. Nós tínhamos um agenda conjunta, não há nada de ilegal, foi autorizado e não é uma pratica habitual”, esclareceu o pastor.
O Ministério da Pesca e Aquicultura informou, por meio de nota, que o pastor Wilton Acosta foi convidado pelo ministro Marcelo Crivella. A assessoria de imprensa da FAB informou que apenas cumpre a determinação de disponibilizar as aeronaves conforme a legislação. Não é de sua alçada fiscalizar quem embarca ou desembarca nas aeronaves.
Porém, o assunto foi debatido na Internet através de sites e blogs especializados em política, que lembram que quem autorizar o transporte de civis nas aeronaves da FAB pode responder por “infração administrativa grave”. Cada trecho de Brasília até Campo Grande e vice-versa por avião custa entre R$ 1.200 a R$ 1.750.
O decreto 4.244, de 2002, prevê que o transporte aéreo de autoridades em aeronaves da FAB, somente pode ser realizado por motivos de segurança, emergência médica, serviço ou deslocamento para o local de residência permanente. É vedado o vôo de pessoas que não sejam o vice-presidente, presidentes do Senado, Câmara e Supremo Tribunal Federal, ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário