Série Realcionamentos – Parte 2
Queremos deixar uma coisa bem clara aqui: Estas verdades que estamos compartilhando não são regras, mas sim, são princípios. Não devem ser encaradas como guia de regras, mas como princípios de um Pai amoroso que quer o melhor para os seus filhos.
Se você não leu a Parte 1 – Redefinindo Conceitos
<leia aqui>
1) Posso começar um relacionamento sem alvos definidos ou apenas para satisfazer minhas necessidades emocionais?
Não. No Reino de Deus não existe espaço para relacionamentos sem alvos definidos (curto, médio e longo prazo). Além disso, o discípulo de Jesus deve entender que esse relacionamento visa cumprir o propósito e as expectativas de Deus e não apenas ser um passatempo passageiro ( não visa satisfazer as carências do Homem).
2) Posso me relacionar com alguém que, apesar de não ser um discípulo, é uma pessoa honesta,
amável, trabalhadora, respeitosa e responsável?
A Palavra de Deus é bastante clara quanto aos perigos de um relacionamento misto, onde uma das partes não é um discípulo ou não tem Jesus como Senhor de sua vida. Textos como Ne 13: 23 a 28, I Co 7:39 e II Co 6:14 e 15, nos mostram que Deus só pode abençoar um relacionamento construído na mesma base de submissão à Sua vontade, onde ambos estão no Reino de Deus.
Portanto, não devemos buscar relacionamentos que visam o casamento com pessoas incrédulas ou neófitas, por melhores que pareçam ser.
O casamento deve ser entendido em três âmbitos: espiritual, emocional e físico. No incrédulo, só existem dois: emocional e físico.
3) Quais são as etapas desse relacionamento?
Antes de entrar nas etapas, vale lembrar que elas não são estáticas, e sim, dinâmicas e que, mesmo tendo observado todas elas, o elemento DÚVIDA pode surgir em um aspecto ou outro, pois não temos a visão do todo.
Não podemos ignorar que os sentimentos existem, afinal não estamos tratando de um acordo comercial. Porém, não podemos, também, nos deixar guiar por eles.
a) Amizade: Nessa etapa deve existir um relacionamento rico em comunhão, amizade, oração, evangelismo, lazer (passeios, lanches, esportes, etc.). É um período onde a prioridade é aprender a ser cavalheiro ou feminina, estudar, a ser organizado (quarto, roupas, tempo), submisso (pais, professores, líderes), dar um bom testemunho e ter seu caráter tratado (orgulho, vaidade, mentira, serviço, mansidão, etc.). Tempo para aprender a ouvir a Deus através de Sua Palavra, aprender a falar com Deus através da oração. É tempo de se preparar para um relacionamento futuro (Pv. 24:27). É o momento ideal para manifestar disposição em submeter o desejo de casar a Deus (Mt. 6:33; Ct. 2:7, 3:5, 8:4; Sl. 37:4 e 5).
b) Amizade com observação: Nesse ambiente de amizade pode surgir algum interesse especial. Essa observação deve ser com os olhos (não com a boca e nem com as mãos). É o tempo de orar especificamente, buscar conselho com os pais e discipuladores (Ef. 6:1 e 2; Hb. 13:17). Deve-se ser discreto para não deixar marcas emocionais nos envolvidos. Não deve ser buscado apenas com o intuito de suprir carências emocionais. Cuidado com os flertes, “paqueras” e “cantadas” que não manifestam um interesse verdadeiro e podem mexer com os sentimentos do outro (Pv. 26:18 e 19).
O que observar? Atitudes, reações, hábitos, trato c/a família, planos e alvos. Neles – Se é amoroso, não egoísta, não iracundo, decidido, trabalhador, serviçal, responsável, com iniciativa, fiel, seguro, cheio de fé, fervoroso, se é higiênico, se ronca , se tem mau hálito, chulé, etc.
Nelas – Não reclamona, trabalhadora, responsável, submissa aos pais, organizada, feminina, discreta, higiênica, etc.
Todos os itens observados em um podem ser observados no outro.
Uma vez observados esses pontos devemos nos perguntar:
- É o tempo de Deus?
- Já a(o) conheço o suficiente? (Relativo aos ítens acima)
- Tenho segurança de meus sentimentos?
- Sei qual é a direção de Deus para mim?
- Essa é a pessoa com quem quero me casar?
c) Amizade com compromisso: Se a resposta a essas perguntas for “não”, devo me afastar sem deixar marcas ou feridas e manter apenas a amizade. Porém, se a resposta for “sim”, significa que estou convicto de meus sentimentos, intenções e estou pronto para ir adiante no meu relacionamento. Podemos definir amizade com compromisso como sendo o relacionamento entre um rapaz e uma moça que pretendem se casar. Podemos dividir essa etapa em duas: Antes e depois.
Antes:
Para assumir um compromisso é necessário que o rapaz se declare para moça. Porém, recomendamos que as primeiras pessoas a serem consultadas, depois dos pastores e discipuladores, devem ser os pais da moça. Isso não está ligado a qualquer “acerto para o casamento” e sim, à demonstração de honra e respeito à autoridade daqueles que primeiro exercem essa função na vida dela.
Além disso, pode poupar o rapaz de situações embaraçosas, caso a moça tenha outra pessoa em vista. Apesar de todos esses cuidados, é bom lembrar que, ao se declarar para ela, ele pode não ser correspondido. Mas, ele terá que correr o risco de levar “um fora”. Uma outra situação é que ele pode estar concorrendo com mais de uma pessoa pela chance de se comprometer com a “eleita” (enquanto ela não se definir você deve se considerar no “páreo”).
De qualquer maneira, existem algumas dicas importantes para se observar: Não tenha receio de levar um “fora” ou de “perder” a moça para outro interessado. Isso não deve abalar sua fé e nem desanimá-lo para outras possibilidades. Lembre-se que é o Senhor quem escolhe a noiva (Pv.19:14) Por outro lado, aquele(a) que sabe que está sendo observado(a) não deve brincar com os sentimentos da(o) interessada(o) dando a impressão de que corresponde ao interesse (Mt. 5:37).
Não iluda, não despreze, não machuque. Trate todos com honra e sejam amigos, sempre deixando claro que não há nada mais do que isso (Cuidado com as carências).
Dados todos esses passos e havendo interesse recíproco, é hora de oficializar o compromisso. Isso deve acontecer de maneira pública (diante da congregação). É necessário que já exista, ao menos, um prazo estabelecido (não muito longo) para o casamento e metas para que esse prazo seja cumprido. O “casal” deve ser acompanhado pelos discipuladores (casal casado, de preferência), que os ajudarão a cumprir as metas estabelecidas como, por exemplo, onde morar, o que falta comprar, preparativos para o dia do casamento, propósito para a família, papel de cada cônjuge, ensino e instrução para o relacionamento e etc..
Depois:
Uma vez oficializado o compromisso, os irmãos devem trabalhar a fim de alcançar as metas e o alvo final do casamento. Nessa etapa do relacionamento, eles deverão observar, mais do que nunca, os princípios de Santidade e Pureza que os guiará a uma conduta dentro da vontade de Deus (I Tess.4:3 a 7; Hb 12:14; Mt 5:8).
Não podem se esquecer que, até o dia do casamento, são solteiros (irmãos em Cristo) e devem se portar como tal. Isso implica que não devem trocar carícias e beijos que estimulem a sensualidade ou os façam defraudar um ao outro. A regra é: Só devo fazer aquilo que faria se estivesse na frente dos pais dela(e), ou, não farei em oculto o que não faria diante dos outros (Pv. 20:21).
Também, não devem se isolar ou ficar sozinhos em lugares desertos. A palavra de Deus nos fala de fugirmos da aparência do mal (I Tess. 5:22), portanto, não devemos dar brechas para que o inimigo se aproveite da situação e nos faça pecar. É um tempo para exercitar o domínio próprio (fruto do Espírito).
Todas as vezes que há defraudação, o resultado é um conflito moral e um sentimento de acusação que nos impede de desenvolvermos integralmente nosso chamado e interrompe nossa comunhão com Deus e com os irmãos. É preciso que haja, rapidamente, arrependimento, confissão e uma mudança nas atitudes e hábitos para evitar novas situações semelhantes.
Amados, o Pai não exige de nós perfeição, ele deseja que andemos na luz (1ª Jo 1:5). Fatalmente podemos errar em um ou outro princípio, mas o importante é que quando quebramos um princípio, devemos nos arrependermos, termos a humildade de confessar os nossos pecados, sermos perdoados e seguir em frente.