Pastor defende que o PT precisa perder a eleição “para o bem do Brasil”
(Foto: Nidin Sanches/Nitro/Época)
Silas
Malafaia é apontado como o responsável pela alteração no programa de
governo de Marina Silva (PSB) no tocante ao casamento gay e a
criminalização da homofobia. O assunto foi explorado pela mídia e
provocou reações em Dilma e Aécio, que aproveitaram para criticar Marina
e defender o casamento homossexual.
Na revista Época desta semana foi dado um grande destaque ao que é chamado de “voto evangélico”, que segundo analistas poderia até decidir a eleição. Malafaia foi entrevistado pelo semanário e afirmou que votará no Pastor Everaldo (PSC) no primeiro turno, mas ficará com Marina no segundo.
Negou que tenha sido ele o responsável pela mudança de opinião da candidata do PSB. “Meus tuítes só acenderam a lâmpada na equipe da Marina para mudar o que estava escrito. Mesmo assim, não me agradou em tudo. Tem muitos pontos lá contrários à ideologia cristã”, afirmou.
Para ele, Marina não é “candidata dos evangélicos”, tampouco “fanática”, como é taxada pelos petistas. “Marina contraria muita coisa que pastor evangélico pensa”, dispara Malafaia.
Homofobia, casamento gay e aborto voltaram a ser assuntos importantes nas campanhas presidenciais. Os principais candidatos têm sido perguntados sobre essas questões. Ao falar sobre isso, Malafaia é contundente. Cita ainda o filósofo Michael Sandel, o qual defende que “a moral, os princípios e as questões da fé são fundamentais no debate político”. “Esta eleição tem de ser moral. Não vale tratar do maior escândalo de roubalheira da história do Brasil, o mensalão? E a roubalheira na Petrobras? A corrupção é um câncer na sociedade. A discussão tem de ser moral mesmo”, assevera.
Para o pastor não há dúvidas que “o PT precisa perder a eleição para o bem do Brasil”. Ele acredita que os evangélicos devem orar pelos governantes, mas “cada um vota em quem quiser”. Contudo, “quando o mandatário assume, entendemos que é a vontade de Deus”.
Não acredita que exista um “voto evangélico” unificado, reconhecendo que não existe unanimidade no pensamento político. Há diferentes segmentos evangélicos apoiando os principais candidatos. Portanto, não há sentido em se falar em um “partido evangélico”. Mesmo assim, acredita que Marina “levará de 80% a 90% do voto evangélico”.
Ao falar sobre as chamadas “demandas evangélicas”, esclarece que não existe um desejo desse segmento de “impor ideologia”. Ao mesmo tempo, afirma que ao longo do seu governo, o PT vem votando contra os princípios defendidos pelas igrejas. Questionado sobre as promessas de Dilma que poderiam dar benefícios fiscais às igrejas evangélicas, decreta “Ela pensa que nós, evangélicos, somos idiotas e otários… Na caneta, ela não pode decidir isso. Tem de ser o Congresso. É hipocrisia eleitoral. Estão tão desesperados que prometem o que não podem entregar”.
Por fim, explicou que nunca pretende se candidatar a cargo eletivo. “Não fui chamado nem tenho competência para isso. Onde estou, falo com todos, teço minha ideologia. Lá, seria só mais um”.
Fonte: Gospel Prime
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